terça-feira, 17 de abril de 2007

Plantas tóxicas


"O conhecimento da toxidade das plantas se remota aos nossos antepassados. Hoje existem grupos mais ou menos definidos de acordo com sua utilidade (ornamentais, comestíveis, forrageiras, medicinais, tóxicas, etc.).
Os grupos das plantas medicinais e tóxicas ocasionalmente são tomados indistintamente, já que se tem o pressuposto de conterem princípios activos, que dependendo da dose, podem ser benéficos ou tóxicos para o organismo. Na realidade, isto é correcto, só que, o uso inadequado das plantas tem causado e segue causando sérios problemas de intoxicação ou envenenamento; muitas vezes de forma mortal, por se ingerir partes das plantas que são altamente tóxicas mesmo em doses baixas. (SANCHEZ,1998)
Podemos encontrar plantas tóxicas em todo lado (plantas ornamentais de interior, nos parques e jardins, em forma silvestre ou em cultivares e alimentos quotidianos). De tal forma que o risco de intoxicação é evidente tanto para o homem como para os animais.
Os principais princípios activos conhecidos como responsáveis pelos efeitos adversos causados pelas plantas são: alcalóides, glicosídeos, resinas, fitotoxinas, minerais, oxalatos, azeites essenciais e compostos foto-sensibilizantes.
A importância do grupo das plantas tóxicas, não está só nos riscos que estas representam, mas também nos benefícios que podem proporcionar, quando se lhe é dado um uso adequado. Sem entrar em detalhes podemos facilmente dar-nos conta, que muitos dos componentes químicos empregados na farmacologia, são elaborados por estas plantas e uma grande quantidade dos vegetais ou suas partes estão representados em infusões, unguentos e macerados empregados na medicina tradicional.
Grandes têm sido os benefícios da medicina alopática, das substâncias obtidas de algumas plantas (a papoula (Papaver somniferurn), cujo uso tem sido como anestésico e analgésico; a digitalina (Digitalis purpurea) que se emprega em afecções cardio-vasculares, ou como regulador cardíaco; Os alcalóides da beladona (Atropa belladona) que actuam nos problemas oculares e como antiespasmódicos, sedativos e antihipertensivo; e o azeite extraído das sementes de mamona (Ricinus comunnis) que é amplamente empregado como purgante).
Na medicina homeopática muitas substâncias vegetais consideradas como tóxicas estão formando parte dos medicamentos. (Entre elas, as mais usualmente empregadas no processo de preparo de medicamentos são: Arnica montana, Hitirotheca inulsides, Aconitun napellus, Atropa belladona, Digitalis purpurea). São também muito mencionadas na medicina alopática: Datura stramonium, Rux toxicadendron, Calchicum cuatumnale, entre muitas outras.
Até o momento, não existe um trabalho ou pesquisa que caracterize e diferencie precisamente uma planta tóxica de uma medicinal. Existem alguns estudos, de algumas dessas plantas, que determinam quanto do princípio activo está presente em partes da planta, geralmente determinado como DL50 do princípio activo (DL50 é a quantidade em gramas ou miligramas de princípio activo necessários para matar 50% da população de cobaias).
Porém, até hoje, ninguém estabeleceu uma classificação toxicológica levando-se em consideração os níveis de toxidade em função da quantidade de parte tóxica, de forma a caracterizar o limite onde tal planta deixa de ser tóxica para ser medicinal e vice-versa.
A toxicologia das plantas, relacionada a espécie humana é encarada de um modo bastante genérico, assume aspectos variados e importantes, interessando diferentes campos da medicina e da biologia, entre os quais:
Intoxicação aguda, quase sempre por ingestão acidental de uma planta ou de alguma de suas partes que é tóxica, e que é de incidência preponderante no grupo pediátrico.
Intoxicação crónica, consequente à ingestão continuada, acidental ou propositada de certas espécies vegetais, responsável por distúrbios clínicos muitas vezes complexos e graves.
Exposição crónica, evidenciada particularmente por manifestações cutâneas em virtude do contacto sistemático com vegetais, verificado com maior frequência em actividades industriais ou agrícolas.
Utilização continuada de certas espécies vegetais, sob a forma de pó para inalação, fumos ou infusões, visando a efeitos alucinogénios. (SCHVARTSMAN, 1992).
A sintomatologia pode-se classificar em, afecções de pele e mucosas (olhos, boca, nariz), problemas gastrintestinais, respiratórios, cardio-vasculares, metabólicos, neurológicos entre outros (SANCHEZ, 1998).
Por: Daniel Camara Barcellos
(Extraído do site: http://www.plantastoxicas.hpg.ig.com.br/toxicas_lista.htm)